domingo, 9 de abril de 2017

Cataratas do Iguaçu - Paraná - Brasil

Dia 7 de fevereiro cheguei em Foz do Iguaçu. Eram quase meia noite... A bateria do celular havia acabado. Era mais um mochilão sozinho, desta vez iniciando em Foz do Iguaçu, atravessando Paraguai, Argentina e chegando até Santiago no Chile, 21 dias de estradas e aventuras. Vamos?

Foz do Iguaçu é uma cidadezinha no estado do Paraná com quase 300.000 habitantes. Por lá se encontram as Cataratas do Iguaçu, um conjunto de 275 quedas de água em quase 3 km de extensão! Quedas de até 82 metros de altura! Tem também a Usina Hidrelétrica Itaipu, uma das maiores do mundo, tanto em tamanho quanto em geração de energia! É o segundo destino preferido de turistas do Brasil, ficando atrás apenas do Rio de Janeiro. A cidade faz fronteira com Puerto Iguazu do lado Argentino e Ciudad del Este no lado Paraguai. Lá estava eu, chegando naquele paraíso de águas! Saí do aeroporto rumo àquela imensidão!


Tinha várias vans paradas no desembarque do aeroporto aguardando seus passageiros perguntei aos motoristas se tinham algum fôlder sobre passeios pelas cataratas. O táxi para o centro da cidade estava R$50,00 reais, super caro. Acabei fazendo amizade com um motorista de uma van que acabou me deixando em uma pousada próxima no caminho, e o melhor, de graça. 
Cheguei então no Hostel Paudimar Campestre, fui dormir em um quarto compartilhado e o legal era que não havia ninguém no quarto. Eram 6 camas só minhas e custou R$35,00 a noite. De manhã tomei um super café da manhã incluso na diária, pedi informação na recepção e peguei um ônibus alimentador (gratuito) até a rodovia e depois outro, R$3,90 para o Parque Nacional do Iguaçu. Comprei uma capa de chuva no coletivo por R$5,00 que não me serviu para nada. Aquela euforia de chegar logo nas Cataratas à flor da pele! Celular carregado, câmera pronta, a um passo de conhecer uma das sete maravilhas naturais do mundo! Isso logo no meu primeiro dia de férias do banco!! 

A Entrada no parque me custou R$37,00 e R$323,00 o passeio de barco Macuco Safári e o passeio de rafting, tudo pago na entrada do parque. Agora era só curtir! Entrei na carreta puxada por um carro e comecei a passar por dentro da mata atlântica, começava a ficar bem quente e úmido por lá! Logo reuniu-se o grupo que iria fazer o passeio do Macuco Safári, que é um barco que sobe o no rio Iguaçu e entrar em baixo de uma queda das cataratas no lado brasileiro. Começamos uma trilha pela mata. Quase todos do grupo eram de brasileiros, chegamos em uma cachoeirinha para tirar fotos. O guia explicava sobre a fauna e flora local, parava para anotar quando avistávamos um animal qualquer e falava sempre em português e depois espanhol para o grupo. As Cataratas se formam em um ponto onde o Rio Iguaçu entra em um cânion, resultado da ação das águas sobre as camadas basálticas. O Rio Iguaçu encontra com o rio paraná na fronteira com a Argentina, Paraguai e Brasil, um ponto turístico conhecido como o Marco das três fronteiras. Acabei não indo pela falta de tempo.
Depois chegamos na plataforma, tinha guarda-volumes, banheiros e lanchonete e vestimos coletes para o passeio de barco. Alessandra era uma paulista que eu havia acabado de conhecer e acabou compartilhando comigo seu guarda volumes, logo entramos no barco.


Primeiro entramos no barco no meio do rio Iguaçu, sem ver nenhuma queda d'água. Coloquei a capa de chuva e logo comecei a cozinhar dentro dela. Eufórico, feliz, gritando de alegria! Logo me aparece aquele tando de cachoeiras, enormes, um paredão imenso! Fiquei chocado! Estagnado com tamanha beleza! Eu ali bem no meio daquela criação divida de Deus. Fantástico! Não sabia se tirava fotos, filmava ou admirava! Chega de fotos, pausa para contemplar um pouquinho aquela vista sensacional. Nunca vi tanta água!

De repente o barco para bem no meio daquela imensidão, tiramos mais fotos e o piloto acelera, em direção a uma das quedas! É gente gritando e filmando! Tirei a capa porque não ia adiantar nada. Logo o barco da um rasante em uma das quedas e fico todo ensopado de água. Calça, blusa, bota, tudo encharcado! E adivinha!? Estava adorando aquilo tudo, molhado e super feliz!
Logo o barco sai, dá meia volta, desce um pouco e depois volta com tudo para baixo da queda novamente! Eu filmo, o piloto também, e é tudo o máximo! Indescritível estar embaixo de uma das quedas das Cataratas do Iguaçu! Aquele barulho de água, aquele tamanho todo de lugar e natureza. Eu penso, porque não vim conhecer este lugar antes? Bem, não tenho a resposta, mas estava ali naquele momento, e é isso que importava! Todo mundo gritando e se molhando!

Me despedi do grupo e desembarquei na plataforma para fazer o passeio de rafting. Mal tinha feito o passeio de barco e só deu tempo de trocar o barco pelo bote. Deixei minhas botas, puxei a calça até o joelho, o guia xxxx passou a orientação de remar para frente, para traz, posição de segurança dentro do bote e começou a aventura! Eu e dois instrutores apenas. Maravilhoso o passeio, remando pelo rio Iguaçu. Algumas corredeiras e talvez um nível III de dificuldade, nada de mais comparado com o rafting que fiz em Pucón no Chile. Rodávamos o bote, remávamos forte, às vezes fraco, às vezes deixando o bote descer o rio por conta própria, conforme as instruções do guia.

Descemos o rio em silencio, curtindo a natureza, algumas quedas que apareciam as vezes, logo ele deixou eu pular no rio!!! Vou flutuando com aquele colete salva-vidas enorme. A água estava morna! O máximo! Depois aprendi a virar o bote, fizemos algumas tentativas, depois desvirá-lo, e depois a subir nele. Foi uma aula de rafting bem maneira e personalizada, apenas eu e o guia.

Acabou o passeio e eu estava encharcado e super cansado. Com fome e sem outro par de roupas. Sequei um pouco no banheiro e depois fui negociar com o chefe da loja de produtos para conseguir comprar os dois videos dos passeios tanto o do barco e do rafting por R$75,00. Demorou uma meia hora. Depois comi uma barra de cereal, um pouco de castanha do pará que tinha na mochila e fui em direção as quedas d'água.


Pausa para foto panorâmica das quedas e de repente aquele tanto de quati. Uma família deles, todos ali do meu lado! Uns dez! Parecem uma especie de macaco misturado com tamanduá. Ora andando pelo chão, ora pelas árvores. Faço uma self com um deles. Outros logo aparecem durante a trilha. Deu vontade de criar um, pareciam tão manso, me acompanharam no caminho. Veja o vídeo em:
https://www.youtube.com/watch?v=sPuSYYGFDiY&feature=youtu.be

Chego em frente as Cataratas, aquela brisa batendo em meu rosto logo encharca mais uma vez minha roupa que sequer tinha secado, e uma sensação de bem estar e alegria misturado com surpresa e espanto logo tomam meu corpo. Emociono novamente. Depois, mais fotos! Toda hora que alguém passava eu pedia para tirar uma. Se bem que a gopro ajudou muito, pegava tudo. Eu queria fotos de todos os ângulos e em todas as cachoeiras, quedas, tudo. Não sabia da grandeza e força daquele lugar. Estava deslumbrado com o barulho das quedas. Dizem que a força é tamanha e que alguns acabam sendo atraídos por ali e acabam saltando naquele abismo, seria um suicídio ou força da água por ali? Isso o caseiro do hostel que me contou depois.
Algumas pessoas estão lanchando perto do elevador na saída, por ali outra família de quatis e um deles acaba roubando o o sanduíche da mão de uma criança. Risos.

Depois da manhã toda e um pedaço da tarde por ali, morrendo de fome, comi uma empada por R$10,00 e comprei três águas por R$5,00 na entrada do parque. O fato de eu beber muita água durante o dia acaba me dando mais força e disposição nos passeios. Chupei dois picolés por R$4,00 a caminho do Parque das Aves, que fica bem pertinho das Cataratas. Ingresso R$20,00 a meia entrada.

O Parque das Aves é um parque particular e o maior de aves da America Latina. Tem de tudo por lá. Periquito, papagaio, perdiz e até jabuti. Foi construído no meio a mata atlântica, entre as árvores, sem muito desmatamento, quando um casal que morava na Namíbia resolveu vim para o Brasil e decidiu criar o parque. Tudo começou quando um amigo de Dennis Croukamp sugeriu que ele e sua esposa abrissem no Brasil um parque de crocodilos, e logo tiveram a ideia de abrir um parque de aves depois de terem ganhado um papagaio do congo.

O Parque é enorme, inaugurado em 1994, possui um monte de viveiros, com aves, repteis. Metade das aves foram resgatadas e a outra metade nasceu por lá, é muito bicho. Um verdadeiro zoológico. Araras, nunca vi tantas reunidas! Umas 100 ou mais! Aprendi que as araras são super fieis umas as outras, trocam até mimos! Descobri aves que nem sabia que existiam de todas as cores. Vi um monte de flamingos, e desviei de perdizes no caminho! Em alguns viveiros eu fiz self com tucanos! Tive até que impedir um jabuti de fujir do viveiro. No fim da trilha faz-se uma fila para tirar foto com uma arara azul mansinha. Tirei foto com ela no braço, Fui duas vezes na fila, querendo mais fotos...
Existem alguns museus na rodovia, como o museu de cera Dreamland, o Vale dos Dinossauros, outro que chama Maravilhas do Mundo, iguais aos que tem em Gramado no Rio Grande do Sul. Acabei não entrando pela falta de tempo e por já conhecer os do sul. O dia passou tao rápido que chegou a hora de voltar para o hostel. Peguei o ônibus na rodovia, depois outro, e voltei pro hostel. Paguei mais uma diária de R$35,00, comi um sanduíche lá na cantina por R$8,00, um gatorade e tomei um banho bem quente. Dormi feito uma criança. Sonhando com água, cachoeira, periquito, papagaio e ansioso para o próximo dia! Vem ai, a usina Itaupú!!! Até breve! Veja o vídeo em:
https://www.youtube.com/watch?v=sPuSYYGFDiY&feature=youtu.be