domingo, 13 de dezembro de 2015

Cheguei na Bolívia mas e agora o que fazer? Sta Cruz de la Sierra e Samaipata

Cheguei na parte da tarde em Santa Cruz de La Sierra, depois de escala em São Paulo. Estava sozinho, sem falar inglês, muito menos espanhol. Uma certa insegurança. Um livrinho de bolso de como aprender espanhol para me acompanhar é meu único companheiro... cheguei no aeroporto mas e agora? O que fazer?!? Para que lado ir?

Bem, eu já havia escolhido algumas cidades da Bolívia que queria conhecer, e os passeios que mais me chamaram a atenção. Escolhi montanhas e passeios como a estrada da morte, a mina Potosi, o mais básico e simples possível... Por acaso, na fila da imigração, acabei conhecendo uma brasileira, que coincidência ou não, iria fazer um roteiro parecido com o meu. Encontramos mais um brasileiro perdido no voo e acabamos ficando amigos. Fiz um pouco de câmbio por Bolivianos apenas para o primeiro dia no aeroporto. Estava caro, na época o real estava muito desvalorizado, uma media de R$1,00 por Bs1,70 e me juntei a Carolina e Renato, uma carioca e um paulista. Equipe formada. Acontece que eu não tinha internet, muito menos hotel reservado pelo Hostelworld ou pelo Booking, aplicativos que facilitam na reserva do albergue. Rachamos um táxi e acabei indo para o Hostel Backpacker com Carolina. Era um quarto compartilhado com banheiro, muito bom, preço um pouco salgado, 80 bolivianos a diária, incluso café da manhã. Fui um pouco na piscina, tomei um banho, descansei e sai com Carol para dar uma volta na cidade e jantar.

No caminho tiramos muitas fotos, super empolgado com o primeiro dia de viagem em um país novo! Jantei um sanduíche com batata frita em um restaurante em frente à Praça 24 de setembro, 3º andar, não lembro como chamava, porém tinha a vista linda! Bem em frente à Catedral Basílica.

Passeamos na praça e havia uns bolivianos vendendo leite e café. Eles se vestem como estátuas. Confesso que não tive coragem de beber o café, pois era o primeiro dia de viagem, eu ainda cheio de manhas e frescuras, ainda não estava preparado para beber um café assim... no meio da praça. Engraçado que depois de 15 dias eu já estava comendo de tudo! Hoje, se pudesse voltar atrás, eu teria bebido sim o café com leite deles sem frescuras!


Santa Cruz é uma cidade muito grande, e como não tinha intenção de passar mais que uma noite, não havia programado nada, apenas um passeio pela praça principal. No outro dia cedo fui com Carol comprar passagem de avião para Sucre, e só encontramos para o próximo dia. Custou $44, bem caro e pela companhia Ecojet. Mas evitamos a estrada mais perigosa da Bolívia, que vai de Santa Cruz a Sucre, além de muitas horas economizadas de ônibus. 

Passei um pouco pelas praças, tirei fotos com tanque de guerra de verdade, helicóptero, achei o máximo! Eles ficavam bem no meio da praça. Fiquei encantado em ver que era de verdade!


Havia uma Norueguesa no hostel, seu nome era Marit e ela entendia um pouco meu portunhol! Resolvemos fazer um bate volta em umas ruínas numa cidade próxima... Samaipata, uma cidade pequena à 120 km de Sta Cruz, onde antigamente existiam civilizações pré-colombianas. Demoramos mais de hora para encontrar uma van para nos levar à cidade. Todas as 20 pessoas que perguntamos, nos passaram informações diferentes, e acabamos andando em círculo bastante tempo. A viagem foi longa e cansativa, estrada cheia de curvas. 

Em Samaipata acabei descobrindo o balneário Cuevas, a 19 km e fomos conferir antes de ir no Forte de Samaipata! Uma pequena trilha, duas belas cachoeiras, e ainda deu tempo de dar um mergulho!! É uma trilha pequena mas bem legal! Bastante nativo nas cachoeiras. Já estava encantado com o país!

Como eu adoro trilha! O fato de cansar, de poder suar, de caminhar no mato, de contemplar a paisagem, paisagens estas que não estou acostumado no dia-a-dia! Aquela sensação de ser livre, talvez pelo fato de passar o dia trabalhando em frente ao computador, não sei explicar. Repito, como eu adoro trilha! Poder desfrutar da natureza não tem preço! Tinha esquecido a sunga e entrei na cachoeira de cueca mesmo.
Nosso taxista era muito gente boa, porém extremamente barbeiro! Não tinha medo de nada, quase bateu o carro umas três vezes, sendo que uma delas eu filmei! Além do risco, ele ficava rindo nas ultrapassagens perigosas. E o pior, era tudo normal para ele! Ele era um motorista normal e devia estar distraído com a gente... não sei, mas achei massa correr um pouco de perigo! No fim deu tudo certo. Sobrevivemos e ainda apareceu um pavão na estrada.

Pagamos 50 bolivianos para entrar no sítio arqueológico Forte Samaipata, passamos pelo Templo de las sacristias, um monte de pedras, ruínas, com imagem de um jaguar e um puma esculpidos na pedra. Não havia nenhum guia explicando durante o percurso e podíamos andar a vontade. Bastante simples a ruína e a imaginação fica a todo vapor nessa hora.

O segundo dia foi maravilhoso! Cachoeira e Ruínas! Voltamos para Santa Cruz e fomos jantar novamente na praça 24 de setembro. Comi almôndega de carne com batata frita e dois sucos de morango no Pub Estacion Rock, 2º andar em frente a praça principal.

Voltando para o hostel acabei passando um susto! Tivemos que andar umas 8 quadras às 11 hrs da noite em uma cidade desconhecida. Dois bolivianos e uma mulher com uma criança estava seguindo a gente. Dois de cada lado da rua. Comecei a andar mais rápido. A criança não parava de sorrir para mim, e por algum motivo não parei. O cara atravessou a rua, acendeu um cigarro do meu lado, olhou na minha cara e eu já estava preparado pra meter o bastão de caminhada nele, dai ele do nada parou e ficou para trás. Foi a única hora da viagem que achei que poderia perder minha camelbak. Bem, foi só um susto! Será que ele ficou com medo de mim? kkkk

Chegamos bem no hostel e capotei. No outro dia cedo fui com a Carol para o aeroporto e pegamos vôo da Ecojet. Em uma hora de vôo estaríamos em Sucre! Link: https://www.youtube.com/watch?v=PLRWH0J8_Hw dos videos de lá.

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