Isla del Sol é a maior ilha do lago Titicaca e está localizado no lado Boliviano do lago. Demorou algo entre duas e três horas para chegar na ilha. Pude contemplar a imensidão do lado durante a viagem, e quando avistei a ilha parecendo estar perto, demorou mais uma eternidade, mais de hora para realmente chegar nela. Havia reservado pelo Booking o hostel Inca Pacha (Hi-Hostel) por já ter hospedado nele em outros lugares. Só me restava achá-lo na ilha.
A caminho da ilha ...
Chego na Isla del Sol. Tem alguns barcos ancorados, vejo uma ou duas barraquinhas de venda de água, salgadinho e logo vem gente me oferecendo hotel para ficar. Digo que já tenho hospedagem. Vejo uma escada de pedras, que tem por volta de dois metros de comprimento, é enorme e cheia de flores pela subida. Há vários "andares" pelo caminho, cheio de casas. Depois de subir com toda a tralha e perguntar pra que lado fica o hostel Inca Pacha, eu chego. Uma senhora me atende, pede para eu anotar meu nome, o nome do meu país, número do passaporte e o número da minha reserva do Booking. Me leva até o quarto no segundo andar. No quarto tem apenas duas camas e uma janela enorme. A vista é fenomenal. Posso ver o lago da minha cama, e uma ilha bem próximo. Mais uma vez admirado com a paisagem. Lancho e vou dar uma volta na ilha, atrás de um mirante que possa ver a ilha toda.
Voltando, ela estava lá na escada com seu filho de talvez 8 anos e este segurando o cabresto de uma Lhama. É uma especie de mamífero, parecido com um camelo. Extremamente dócil. Converso com ela bastante, e acabo comprando mais uma luva, mais um gorro e uma blusa de frio de Alpaca por 160 Bs, algo entre R$100,00 na época, feita por ela. A criança fica o tempo inteiro em cima de mim para tirar foto minha com a Lhama por um boliviano.
Assista meu vídeo:
Depois da sessão de fotos com a Lhama (eu adorei), contemplo aquela vista única. Estou no meio de uma ilha, olho por todos os lados, vejo água e mais água, lembra-me o mar, vejo também outras ilhas próximas. Aquela imensidão azulada e um céu cheio de nuvens que realçam ainda mais a beleza da região. As ilhas, lembram-me aqueles mapas da Terra Media do Tolkien, só que agora eu estou ali! No meio delas! O sol esta bem próximo, deve ser umas 4 horas da tarde.
Saio andando sem rumo, tem um museu que só estaria aberto no outro dia e não consigo ir. Sozinho, contemplo a ilha. Muitos burros pelo caminho, alguns nativos plantando,e eu andando bastante. o sol começa a se por...
A procura de algum restaurante que tivesse e no caminho encontro uma nativa e pergunto onde tinha um restaurante bom e com internet. Coincidência, ela está indo trabalhar em um restaurante e subo as escadas com ela. Ajudo ela carregar umas bebidas. Chego. Peço um omelete, umas batatas fritas e uma taça de vinho... Logo peço mais uma taça... O restaurante está bem cheio. Da janela vejo o sol se pondo... aquele céu meio azul com laranja... Daria uma foto de cartão postal...
Deu Brasil na Ilha ...
Logo na terceira taça de vinho, por acaso ouço um pessoal falando português. Depois de alguns dias sem ouvir minha língua, eu pergunto de onde são, e encontro duas conterrâneas! Como eu fiquei alegre! Poder falar português! rsrsrssr eram duas mineiras que moravam em Sp, Camila e Gabriela e uma Francesa que n lembro o nome. Conversamos, jantamos e por acaso elas também estão bebendo vinho! Logo vai mais uma garrafa, duas, três...

Um vinho de madrugada pela ilha... e esquecemos a garrafa ali...
Lá vou eu subindo aquele monte de escadas, sozinho, no escuro, tentando lembrar onde que era minha hospedagem. Lembro que tinha que subir bastante... Ufa, encontro! Porém a porta está fechada, bato, grito e ninguém abre. O jeito era dormir ali... do lado de fora... molhado, parecendo um cachorro vira-lata... Acordo congelando... Levanto tonto... ainda de noite... e tenho a ideia de ver se tem alguma janela de algum quarto que de para abrir, arrombar, sei lá. O frio tava forte e eu estava molhado... Sorte a minha, na segunda janela eu consigo abrir e com muito custo me caio direto dentro de um quarto com uma cama beliche que por sinal não tinha ninguém. Deito, me cubro e simplesmente apago.
O gerente me diz que posso ir conhecer uma ilha próxima ou fazer uma trilha bem longa pela ilha. Ressaqueado, não sei se pelo vinho ou pela altitude, e vou conhecer a Isla de la Luna. Não lembro quanto paguei, mas foi algo entre 30 bolivianos, e peguei o barco e fui. Demorou uma hora pra chegar e só pude ficar uma hora na ilha. Paguei uma taxinha de 10 Bs e fui ver as ruínas.
Isla de la Luna...
Passei por portas de pedra, pedras lapidadas. São ruínas pequenas, nada grandioso como Machu Picchu, adorei o passeio, já que não conhecia nenhuma. Subi o mais alto que pude para ver a ilha de cima, fiz umas fotos, voltei para o barco e adeus Ilha da Lua.
Durmo no barco e volto para Copacabana. Compro passagem para o mesmo dia direto à Puno, Peru. Encerra-se aqui meu caminho pela Bolívia, país que estive por duas vezes em 2015. Passei por Sta Cruz de La Sierra, Sucre, Potosí, La Paz, Copacabana e por fim Isla del Sol. Espero que tenham gostado da Bolívia, e que eu tenha ajudado de alguma forma os aventureiros e futuros mochileiros. Inicio então, minha trajetória pelo Peru! Até o próximo episódio!
Assista meu video: