Gruta Terra Ronca e o formato de coração na entrada |
O Parque fica entre as cidades de Guarani e São Domingos. A 11 km da entrada da caverna Terra Ronca existe um povoado com menos de 200 pessoas chamado São João. De Goiânia até o parque são 600 km e de Brasilia são 400 km. A estrada está asfaltada até Guarani, depois são mais 45 km de estrada de terra. Outra alternativa é a estrada mais longa, asfaltada até São Domingos e depois mais 50 km de estrada de terra. Todos os anos ocorre a Festa do Bom Jesus da Lapa de Terra Ronca, onde se reúne moradores das cidades vizinhas, celebrando casamentos e batismos na entrada da caverna Terra Ronca.
Uma dúvida me incomoda bastante, afinal, o parque ainda é desconhecido pela maioria dos Goianos e viajantes brasileiros. Me ponho a questionar se a dificuldade de acesso é o verdadeiro problema para o turismo ali ser tão pouco? Hoje são apenas apenas 45 km de estrada de terra e meu carro extremamente baixo (Fusion) rodou tudo por lá. Ou talvez os mistérios que as cavernas exercem sobre as pessoas seriam fato prejudicial para a explosão do turismo? Medo? Ou a dificuldade de preservação do ambiente caso exploda o turismo? Digo mais, não seria a falta de interesse em investir no turismo por parte do nosso governo? Certamente esse descaso do governo é muito ruim, faz com que esta região com potencial enorme para o ecoturismo fique parada no tempo, entretanto, olhando o lado bom, pelo menos ainda é um lugar preservado e extremamente virgem. Uma pena quase ninguém conhecer uma região rica como esta.
É bom não esquecer de levar uma boa bota de caminhada, repelente, mochila com lanche, água, lanternas de cabeça e a normal, barraca, comida, encher o tanque de combustível na última cidade antes de entrar no parque e papel higiênico.
A gruta de Terra Ronca é a mais conhecida da região e tem esse nome devido ao ruído interno causado pelo rio que passa por ali e amplificado pela gruta. Está a 200 m da casa do Ramiro, guia e morador dali e a 11 km de São João. A grandiosidade de sua entrada é incrível, uma boca enorme com 90 metros de altura! Lembro que havia um monte de araras e periquitos da primeira vez que fui. O canto da arara ecoando na entrada não existe igual, coisa de cinema. Na entrada há um altar, onde é realizada a Festa do Bom Jesus da Lapa. Poucos metros adiante atravessei o rio e me vi em um salão enorme, imenso na verdade, de um lado tudo escuro, do outro a boca da caverna e a luz lá fora. Me perguntava... teria bichos? Era perigoso? Bem, vamos descobrir... Tirei um milhão de fotos...
Estava em êxtase e super empolgado com aquela grandeza de lugar. Mais uma aventura! Apenas eu e o guia Ramiro (logo vou falar dele). Fui subindo as pedras e observando a formação de calcário e descobri que estalactites são as formações do teto de cima e as estalagmites as formações de baixo, resultante do gotejamento das estalactites. Descobri também que elas demoram muito para crescer, mais de ano para crescer apenas um centímetro e que todo aquele ecossistema vivo está ali sendo formado há milhões de anos! Putz!!
A pessoa que mais conhece o Parque é o Ramiro e seus dois filhos, Willam Nanim e Kiko. Cresceram e moram ali desde então. Os verdadeiros desbravadores daquela região. O legal do Ramiro e dos seus filhos além da experiência, é que ele realmente gosta de ser guia, faz com amor, levar alguém nas cavernas é o máximo, e isso eu admiro neles. Alguns moradores do povoado de São João como o João Paulo também guiam em algumas cavernas. A diária atualmente está R$120,00, podendo ser repartido pela quantidade de pessoas do grupo. Todas as vezes que vou eu levo alguns objetos que quase não uso e não estão servindo mais em mim e dou para eles. Quanto ao telefone, esquece, só pega na torre do mirante. Aproveite para curtir o lugar, meditar, refletir e viver! Sem whatsapp por favor.
https://www.facebook.com/ramiroterraronca/
Ramiro Guia cel: 62 996662767
William Nanim guia cel: 999477483
https://www.facebook.com/ramiroterraronca/
Ramiro Guia cel: 62 996662767
William Nanim guia cel: 999477483
Edmar Cel: 61 30452483 e 61 996149231
João Paulo guia cel: 999900761
Pousada Estação Lunar
Casa do Guia Ramiro |
A opção que mais gostei foi a de acampar no fundo da casa do meu amigo Ramiro, o guia mais renomado dali. Revê-lo e relembrar as os trajetos é sempre bom. A área de camping é limpa e bem selvagem. Ele está construindo dois quartos que em breve estarão prontos também para os turistas. Acordei com uma Arara Azul em um tronco do lado da barraca me dando bom dia!
Terra Ronca II |
A caverna Terra Ronca II fica atrás da primeira. Existe uma trilha depois da Terra Ronca I passando por trás da primeira caverna, uma caminhada de meia hora até a boca da caverna. Uma boca mais estreita, porém muito mais alta que a primeira com 120 metros de altura. Detalhe, por ali existem algumas vias de escalada, no parque são 70 vias, e para quem tiver com equipamento, vale a pena se aventurar. O percurso é praticamente todo feito dentro do rio, com água na canela e ora na cintura, atravessando de um lado para o outro até algumas partes secas e em alguns salões. Existe um salão enorme por ali, o Salão dos Namorados, repleto de estalactites que se encontram com as estalagmites formando colunas grossas e enormes, cheia de estalactites parecendo estar em uma boca de um monstro enorme e a única caverna que encontrei 4 tipos de aranhas diferentes.
Entrada da Angélica |
Gruta Angélica |
Já a Caverna São Bernardo fica a 16 km de distância do povoado, estrada repleta de pedras, mas dá para passar mesmo com carro baixo. A boca da caverna é bem parecida com a de Sao Mateus. Descemos 80 metros entre pedras, atravessando o rio São Bernardo com água até o joelho. Seguimos o rio até as galerias secas, salão do encontro, ninho de pérolas, cortinas de travertinos. Depois de 1 km chegamos no encontro das cavernas, onde dentro da caverna o rio São Bernardo encontra com o rio Palmeiras. Apenas nesse local, a quantidade de mosquitinhos é enorme, eles entraram aos milhares nos meus olhos e incomodaram bastante. Grau de dificuldade um pouco grande na descida da boca da caverna, alguns trechos dentro da água, um pouco perigoso apenas na época da chuva, como atravessar o rio no escuro apenas com a luz do capacete, equilibrando entre as pedras.

Outro lugar para visitação é a cachoeira do Rio Palmeira, próximo a Caverna São Bernardo. Água limpa, refrescante, vegetação bem selvagem. Muito lindo. Tem um mirante onde você pode ver as quedas das duas cachoeiras de longe.
Gruta São Mateus |
Outra gruta que eu adoro é a São Mateus. A estrada é bem complicada, cheia de pedras e bancos de areia enormes, quase fiquei atolado, a emoção começa por aí. Detalhe para a entrada! Não existe abertura na boca da caverna, apenas um pequeno espaço entre as pedras! Como entrar? Uma aventura de contorção, chega a ser um pouco difícil. É necessário arrastar o corpo nas pedras, engatinhar, segurar em corda e o melhor, só passa uma pessoa por vez pela abertura! Depois é só descer e descer! Muito cuidado pois se sair da trilha, você pode cair em buracos enormes, fundos, e perigosos! Depois de descer mais de 100 metros abaixo da terra chega-se no rio São Mateus.
Havia partes que andei no rio embaixo da terra, e fui até onde a água entrava e fazia um barulho enorme, um eco bem alto da água passando pelas pedras. Imagina se aparece algum bicho desconhecido justamente na hora que estou por lá? Ainda bem que não existe nenhum monstro por lá, mas no primeiro momento a gente imagina de tudo naquela escuridão inabitável. Risos. A primeira vez que fui lá, entrei com minha ex-namorada e deu um certo medo daquele lugar, da última vez foi bem tranquilo. Uma das cavernas mais bonitas, com o salão dos 700, as formações são cheias de detalhes, bastante gotejamento das estalactites, bem viva a caverna.




Havia partes que andei no rio embaixo da terra, e fui até onde a água entrava e fazia um barulho enorme, um eco bem alto da água passando pelas pedras. Imagina se aparece algum bicho desconhecido justamente na hora que estou por lá? Ainda bem que não existe nenhum monstro por lá, mas no primeiro momento a gente imagina de tudo naquela escuridão inabitável. Risos. A primeira vez que fui lá, entrei com minha ex-namorada e deu um certo medo daquele lugar, da última vez foi bem tranquilo. Uma das cavernas mais bonitas, com o salão dos 700, as formações são cheias de detalhes, bastante gotejamento das estalactites, bem viva a caverna.
É possível fazer um passeio a cavalo pela região de São João com um senhor chamado Sebastião e conhecido como seu Batico. Algo entre R$100,00 a diária, sendo possível andar de cavalo e conhecer mais a região. Ele me levou em uma serra na divisa com a Bahia da primeira vez que fui ao Parque. Subimos muito e pude ver o cerrado de Goiás, e do lado da serra a planície na Bahia, um mundo infinito de plantações e extremamente reto. Bem chocante a mudança de paisagens.
Andamos o dia inteiro a cavalo, passando pelos três morros e entrando nas veredas, um jardim natural existente ali. Ficamos com medo dos animais pisarem em alguma cobra mas nada de mais aconteceu. Experimentei uma frutinha chamada Puçá, uma fruta parecida com jabuticaba, bem amarelada por dentro e doce. Comi muito cajuzinho e até a fruta do Conde. No fim do dia estávamos exaustos.
Fruta do Conde |
Gruta São Vicente |
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