O episódio de hoje começo contando um pouco sobre meu primeiro mochilão e como foram alguns dias pelo Chile! Espero que gostem!
Inicialmente eu havia comprado passagem com meses de antecedência para a Bolívia. No dia do embarque peguei um engarrafamento em uma segunda-feira de manhã a caminho do aeroporto. Resultado: vi o avião decolando e fiquei ali chorando do lado de fora sem poder embarcar.
Voltei para casa e mais calmo, comecei a pesquisar as alternativas, alguma passagem de promoção para qualquer lugar para o dia seguinte, afinal estava de férias e com as malas prontas. Como havia comprado com os pontos do Smiles, não consegui trocar a passagem perdida. Acabei comprando outra passagem de ida e volta para Santiago, Chile.
Assista meu vídeo em:
Não sabia nada sobre o país, muito menos tinha um roteiro. Descobri que os principais pontos pelo Chile são: o norte do país, que tem San Pedro de Atacama e seus desertos, tem a capital Santiago e suas montanhas e vinícolas, mais para baixo tem Pucon e seus vulcões e ao sul tem a Patagônia e as torres Del Paine. Para onde ir? Quanto tempo em cada lugar? Agora eu só tinha 12 dias...
Optei por chegar em Santiago e comprar passagem lá no balcão da Lan. Os vôos foram: 1 - Santiago - Calama, 2 - Calama - Santiago - Temuco, 3 Temuco - Santiago. Foram 6 dias em San Pedro do Atacama e 6 dias em Pucon. Os 4 vôos custaram $398,00 e o de Goiânia para Santiago um pouco mais caro...
O Chile é um país que não faz fronteira com o Brasil e com climas extremos e variados. Iria para o deserto e depois para a neve em um mesmo país! Acabei nem descendo em Santiago, afinal não daria tempo! Ansioso por chegar logo em San Pedro, sem falar inglês nem espanhol, apenas com a cara e a coragem. Meu primeiro mochilão. Eu tinha deixado a barba grande até para apresentar um pouco mais de seriedade e impor certo respeito. 
Peguei uma van no aeroporto de Calama para a Cidade de San Pedro de Atacama por uns 15.000 pesos ou R$85.00. Na época estava R$1,00 para $180 pesos chilenos. Demorou umas duas hrs, a van parou para tirarmos fotos no deserto e descubro uma brasileira! Camila era uma paulista da minha idade e que depois me salvou algumas vezes, afinal eu quase não conseguia me comunicar.
San Pedro de Atacama é uma cidade com 3 mil habitantes e fica ao norte do Chile, faz fronteira com a Bolívia e com a Argentina, mas não com o Brasil. Serve como ponto de partida para explorar o Deserto do Atacama, considerado o deserto mais alto e mais árido do mundo, pois chove muito pouco na região. Por ali há 2000 anos atrás floresceu a cultura atacamenha. Engraçado que poucos dias depois que voltei em 2015 houve uma chuva por lá que alagou tudo e fez brotar um monte de flores! Pena não estar lá. 
Por ser bem isolada a cidade de San Pedro de Atacama é considerada um oásis no meio do deserto e um ponto de encontro de viajantes do mundo inteiro. Eu e Camila fomos comer um omelete. Acabei indo para o mesmo hostel que Camila chamado Casa Campestre, onde a proprietária Aline é brasileira. Acabei indo procurar algum programa para fazer ainda no dia.
Achei um passeio para a mesma tarde depois de pesquisar os preços (tem um monte de agência uma do lado da outra por lá). Consegui fazer um cambio bom por lá, R$1,00 para $200,00. Já o passeio custou uns R$100,00 (não lembro direito). Comprei uma água super cara por uns R$6,00. O gatorade era mais barato que a água e depois entrei na van e fui conhecer a laguna Cejar.
A laguna Cejar é famosa pela concentração de sal e por isso não se pode entrar nela pois você fica todo cortado, como se fosse uma lagoa de vidros.
Bem próximo existe outra laguna onde é possível se banhar! Havia bastante gente por lá. Era possível flutuar! A laguna tem mais concentração de sal que o mar morto! Chamada de laguna de Piedra. Achei engraçado ter um monte de gente tomando banho em uma lagoa no deserto. Entrei... Parecia estar levitando, eu conseguia ficar em pé dentro da água sem colocar os pés no chão e sem fazer força! Simplesmente eu não afundava! Brincava de flutuar, uma sensação nova, curiosa e engraçada. Não tinha como afogar, pois não tinha como afundar o corpo. Não tive coragem de mergulhar, afinal, quando saí tive que passar na ducha e o sal não saiu todo do meu corpo. Só saiu de noite com uma bucha e uma boa ensaboada.
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Em seguida a van nos levou para no Ojos del Salar, um par de lagoas muito próximos uns dos outros, que parecem olhos, do tamanho de uma quadra de futebol e só eu do grupo tive coragem de entrar naquela laguna de água escura. Parecia ter um monstro no fundo daquelas águas... Deu um pouco de medo, mas logo acostumei. Engraçado que essa laguna não era de água salgada mas sim de água doce da chuva e formada há muitos e muitos anos atrás.
Por fim a van nos levou na Laguna Tebenquiche para admirar os flamingos. Me encantei de novo... adorei o Salar do Atacama e também adorei ver o por do sol bebendo Pisco Souer pela primeira vez... Para quem trabalha em um banco, sentado o dia todo, foi incrível.
Depois disso a van me deixou em San Pedro. Voltei para o hostel e Camila havia reservado um pacote para conhecermos o deserto do Atacama e o Salar de Uyuni (deserto de Sal), na Bolívia, um passeio que duraria três dias já para o dia seguinte! Mas essa história será contada no próximo capítulo...
De noite fomos fazer um tour astronômico chamado Tour de las Estrellas com uma empresa mais barata que não lembro o nome mais. Resultado: fomos parar em um campo de futebol no meio do deserto de noite. Havia dois telescópios, um guia explicando uma hora sem pausa sobre o céu e as estrelas, tudo em espanhol e depois em inglês. Quase não entendi... Eu cansei de olhar para o céu e ver um planeta ou uma estrela que ele colocava para a gente ver. Estava super frio e eu morrendo de com fome, cansado do dia corrido. Foi legalzinho conhecer estrelas e constelações, mas eu queria mesmo era dormir... No outro dia cedo partimos de carro para o deserto de Sal!! Que será contado no próximo episódio...
Depois de três dias no tour pelo Salar de Uyuni, retornei para San Pedro de Atacama e fui conhecer o Valle de la Luna por 20.000 pesos chilenos. Este é uma pequena depressão com solo salino e rodeado por morros com formações exóticas lembrando a cratera da lua. Destacam-se as Três Marias, o Anfiteatro e as cavernas. Há uma grande quantidade de Cristais de sal. Adorei esse passeio, afinal eu podia andar por qualquer lugar, em um monte de buracos, tirando foto o tempo todo, em uma paisagem incrível. Logo o guia falou que os pontinhos brancos não eram sal e sim uma bactéria que crescia por ali. Uma japa tinha provado achando que era sal e quando descobriu... O guia mostrou os cristais de sal dentro das caverninhas e me diverti bastante com o povo japa do meu grupo. Eles riam o tempo todo e consegui comunicar minhas primeiras palavras em inglês e portunhol.
É possível ver o Anfiteatro e sua junção com as dunas, tirei bastante foto, fui no vale da morte e na pedra do Coiote. O guia explicou a origem do lugar, vimos de longe o vulcão Lincancabur e por fim, fomos tirar foto na pedra do Coiote. Sim aquela pedra do desenho do Papa-Léguas! Mais uma vez admirei o por do Sol!! Estranho eu conseguir olhar com óculos escuro e sem piscar para o sol.
Retornei para o hostel e apaguei. No outro dia cedo, me despedi de Alline, Ana e Camila. Fui para Temuco de van e peguei o voo para Pucon. Até a próxima.
Assista meu vídeo em:
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