
Cheguei de noite em Lima, e peguei um táxi super caro S/.20,00 para o bairro de Miraflores, região mais badalada da capital, chamada de Ipanema peruana. Hospedei no Lion Backpackers. Maria me recepcionou super bem e me dei ao luxo de pegar um quarto só para mim por S/.50,00 a diária. Eu precisava ficar sozinho em um quarto só para mim, descansar um pouco, afinal faziam 6 dias que minha dor de barriga não passava. Tive que tomar bastante soro para melhorar.

Lima é a capital e maior cidade do Peru, fundada em 1535 com a chegada dos espanhóis. Sua população é de quase 9 milhões de habitantes e me lembrou bastante a cidade de São Paulo aqui no Brasil.
É uma cidade cheia de história e herança cultural, na costa do oceano Pacífico e com alguns sítios arqueológicos como um templo da época pré-inca datado de 300 d.c. chamado Huaca Pucllana; o oráculo de Pachacamac, um complexo arqueológico composto por pirâmides e templos dedicados ao deus Sol e a Lua, construído antes de os incas serem os governantes por ali.
Tem também o convento de San Francisco, construído na época colonial, em estilo barroco, conservando tesouros e ate mesmo catacumbas!
Engraçado que por lá as ruas são no mesmo nível da calçada, o que eu achei muito estranho. Depois descobri que por ali nunca chove há anos. Se chover é um grande problema, já que não existe bueiros. Tirando a região de Miraflores que é o bairro nobre e turístico da cidade, me senti como no Brasil, bastante trânsito, prédios e muita, muita gente.
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Minha intenção era ficar em Lima um dia e subir para a cidade de Huaraz, escalando 4 dias na Cordilheira Blanca antes de voltar para o Brasil. Acabei não indo, pois me sentia bastante fraco e desanimado por tantos dias com dores de barriga. Ficou um gostinho de que faltou conhecer Huaraz. Quem sabe em uma viagem futura eu vá de Lima subindo até o Equador? Acabei cortando esse último passeio do meu roteiro e fiquei em Lima 5 dias.
Dei uma volta na parte da manhã no Parque Central de Miraflores, o Parque Kennedy, com muitas flores, rodeados de restaurantes, cheio de gato na praça e almocei um Mc Donalds por lá.
Depois da meia-noite voltando para o hostel, um sujeito me aborda na calçada, e começa a andar do meu lado, querendo me dar um "regalo", um presente, só que o presente eram algumas drogas, e tudo de graça. No primeiro momento, assustei, achei que seria roubado. No segundo momento fingi ser americano, acalmei, o cara que dizia ser de Cuba queria muito que eu pegasse as drogas. Fiquei com medo de baixar alguma policia por lá e me prender. Depois de muita conversa, contornei a situação, disse que não usava, consegui despistá-lo e voltar para meu hostel. Isso parece ser normal por lá, já que tem muito turistas.

Fui de noite no Parque de la Reserva, conhecer as famosas fontes aquáticas que minha amiga sergipana Jackeline tinha me mostrado nas fotos em Arequipa. É um bosque a céu aberto bem grande, onde tem vários pontos com formas diferentes de jatos de água. Um espetáculo de música e emoção. pois as fontes dançavam conforme o ritmo da musica tocada. Bem legal, tranquilo, bom para tirar fotos e caminhar. Depois comi um mega sanduíche do Bembos.

Como eu já tinha visitado bastantes ruínas em Cusco e Machu Picchu, não tive vontade de ir em mais sítios em Lima. Resolvi andar pela cidade, fui em supermercados, shoppings, comprei até um violino, uma flauta, arrumei meu violão quebrado, lembrancinhas no mercado e chaveiros.
Fiz o passeio de city tour de Mirabus por S/.60,00 que é um ônibus que sai do Parque Kenney, passando pelos principais pontos da cidade. Exatamente a duas quadras do meu hostel. Subi para o andar de cima do ônibus e contemplei a cidade e sua história. Passei pelos prédios de arquitetura colonial, a Plaza de Armas, o Palácio da Justiça, ..., e teve tempo de tirar umas fotos rapidamente da Huaca Pucllana, um sitio arqueológico dentro da cidade.
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Em seguida paramos no Convento de San Francisco! Melhor parte do passeio! Uma igreja enorme, muito grande, a maior que já vi até hoje. Lá dentro existe uma biblioteca de 500 anos que parecia coisa de cinema! O tamanho dos livros e da biblioteca eram tremendos. Depois desci para as catacumbas, lugar embaixo da igreja, que antigamente era usado como cemitério pelos ricos. Hoje é uma exposição, com um monte de crânios e ossos em exposição, separados por tamanho e partes. Algumas pessoas ficaram horrorizadas, mas não senti nada, pelo contrário, estava adorando tirar algumas fotos escondidas por lá. Um cemitério cheio de ossos na minha frente embaixo da igreja, coisa de filme. Adorei!!!





Andei bastante pela cidade, descansei no hostel, comecei a postar algumas fotos, e me recuperei da infecção intestinal causada por sabe-se lá o que, talvez uma panqueca ou a inca tequila perto de Águas Calientes. Jamais saberei, mas estava recuperado. Fiquei 5 dias por la batendo perna, e na minha última noite saí com um pessoal do hostel para beber e me passa um monte de peruana em frente ao bar, todas de uns vinte anos, e por acaso elas chamaram nosso pessoal.

Acabei sendo o único a ter coragem e levantar da mesa, saindo do bar e indo dar uma entrevista para elas. Tinha umas 20 moças, e descobri que era despedida de solteira de uma delas. Me senti como um famoso em uma noite de autógrafos.

Acabei sendo convidado para ir mais tarde em uma balada com elas, em uma boate bem grande na orla, só não lembro o nome. Custou S/.50,00 para entrar e mais S/.28,00 cada drink. Muí no 12 a última noite por ali, bebendo sex on the beatch, dancei muito e vltei a pé até o hostel. Arrumei as malas e peguei um táxi atéo aeroporto. Detalhe: meu dinheiro acabou e o meus dois cartões não estavam passando não sei porque, na balada tinha passado de boa. O taxista teve que parar em um monte de banco e nunca dava certo sacar. Ele me levou em uma casa de câmbio e troquei o restante do meu dinheiro para conseguir pagar o táxi. Quase não deu, quase perco o vôo.
Me despedi de Lima com um gostinho de quero mais. Porque quando tudo está ficando bom, vem o tempo e acaba com desmanchando prazeres. Quando está muito bom já está acabando e era hora de voltar, em dois dias teria que voltar a rotina estressante do meu trabalho no banco.

Foi uma enorme experiência passar exatamente um mês mochilando entre a Bolívia e o Peru, dois países com paisagens e cultura incríveis e com muito a oferecer. Sozinho, aliás, eu, minha mochila e Deus. Durante esse tempo pude aprender mais sobre meu corpo, minha força de vontade e capacidade. Refleti bastante. Posso dizer que amadureci. Aprendi a valorizar os pequenos detalhes e a entender melhor as pessoas com valores e culturas diferentes pelos lugares por onde passei.

Conheci pessoas admiráveis, fiz melhores amigos, me surpreendi diversas vezes, de pivô de romances de verão até descargas de adrenalina em um salto. Me encantei com paisagens únicas, montanhas medonhas, algumas trilhas de moto, bicicleta, outras a pé. Saltei de bungee jumping, escalei, fiz rafting, andei de cavalo. Melhor, congelei na altitude e na temperatura negativa assim como fritei pelos desertos. Neve, areia, frio, calor, suor e superação. Vi um monte de bichos, como pinguins, macacos, leões marinhos até a amizade com cachorros. As ruínas, como explicar? Magia? Mistério? Enfim, vivi de forma intensa, responsável, entretanto, às vezes perdendo um pouco do juízo. Por aqui ficam registradas algumas historias, uma jornada de lembranças. Uma saudade boa e sem dor. Talvez não seja a melhor forma de se viver ou passar umas férias, mas até o momento, foi a melhor forma que eu encontrei.
Agradeço a Deus por ter me abençoado nessa viagem e protegido. É um privilegio dividir histórias e experiências com vocês, caros leitores e amigos. Espero ter ajudado de alguma formas em sua próxima viagem, quem sabe até um mochilão? Viajar é uma forma de desfrutar nossas conquistas e o lado bom que a vida nos oferece! Até a próxima!
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Olá Hugo! Adorei a sua viagem!!!! Você me deu várias idéias pra minha Vou pra Bolívia esse mês . Abraços
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