quinta-feira, 8 de junho de 2017

Punta del Este - Uruguai


Estava bem frio por lá, quase zero graus. A cidade parecia um deserto. Parecia uma cidade zumbi do Resident Evil, só que sem zumbis pelas ruas, apenas eu por ali. Punta del Este é uma cidade do Uruguai conhecida como um dos melhores balneários da América do Sul. Tem muitas lojas de grife e até o maior Hotel Cassino da América do Sul, Conrad. A cidade também é famosa pela quantidade de celebridades com casas de veraneio por lá. Dentre eles Shakira, Maradona, Julio Iglesias e muitos outros! Eu acabei indo no inverno e na baixa temporada, diz-se que a cidade tem entre doze mil habitantes, e que no verão chega a mais de um milhão! Por isso não tinha ninguém quando fui. A cidade também é famosa por ser uma das mais seguras do mundo!
Assista meu vídeo por lá:
https://www.youtube.com/watch?v=b5EQhIRbsKA
Fiquei no hostel El Viajero por US$ $U 300 pesos e a passagem de Montevidéu para lá custou $U 282,00. Cheguei na cidade cedo, havia muita neblina e estava tudo congelando de tanto frio. Ninguém na rua! No hostel, meu único companheiro foi um gato que tentava se aquecer na lareira junto a mim. De tarde, quando estava um pouco mais aquecido, fiz um city tour por US$ 25,00 muito caro, na época R$100,00 e foi único passeio disponível naquele frio. Passamos no porto da cidade, havia muitos iates guardados por lá. Na época de verão muitos cruzeiros ancoram por ali aumentando ainda mais o turismo por lá. Passamos em vários bairros nobres, em Beverly Hills cheios de mansões e campos de golfes.
Passamos na Playa Brava e Playa Mansa, fui no farol, no monumento Los Dedos, uma mão que sai da areia, na entrada da cidade, em frente a rodoviária. Mão foi uma obra de arte de Mário Irrazábal criada em 1982  durante um concurso por lá. A obra representa a presença do homem na natureza, o Homem surgindo à vida e é cartão postal da cidade.


Paramos na Casa Pueblo, um dos pontos turísticos mais famosos do Uruguai. É uma casa de um artista uruguaio, construída no formato das casas do mediterrâneo, conectadas, e que acabou se tornando um hotel e ponto turístico. Ao descer da van, me deparo com a imensidão de água a minha frente ao lado da casa. O sol estava quase se pondo... Entro na casa rapidamente, não lembro quanto que paguei para entrar, era tipo uns R$50,00. Dou uma volta e saio correndo, o por do Sol me chamava.

Desci uma trilha ao lado da Casa Pueblo e sentei nas rochas para contemplar aquele pôr do sol.
O brilho do sol refletido na água logo chegaria ao fim. Tocava uma música linda. Logo lembrei, Concerto de Aranjuez, uma música de Joaquin Rodrigo, feita a mais de cem anos, trilha sonora de muitos filmes tocando dentro da casa e ecoando ali do lado de fora até meus ouvidos. Aquela melodia e alguém recitando um poema enquanto o pôr do sol vai chegando ao fim.  Emociono. O pôr do sol refletia na água, a música lá ressoava dentro de mim, ali sentado, sozinho naquelas pedras contemplando e desfrutando. Agradecendo a Deus por mais um momento inesquecível, em frente à natureza, sentindo a presença Dele e admirando suas criações. Deus me proporciona momentos maravilhosos de encanto nos lugares mais inusitados e solitários junto a natureza!

Assista meu vídeo por lá: 


De noite fui a pé até o Punta Shopping comi um McDonald $U 215,00 e caminhei até o cassino Conrad. O cassino é enorme, deslumbrante em grandeza, tudo muito limpo, salão de entrada enorme, muitas máquinas de jogos e haviam alguns idosos jogando. Resolvi tentar a sorte, troquei alguns pesos por dólares e fui para as maquinas. Joguei US$ 20,00 e perdi tudo. Eu apostava sempre o mínimo, no intuito e durar mais tempo a minha ilusão e meu sonho de ser premiado naquelas máquinas. Depois de um tempo acabou tudo. Voltei para o hostel. A boate só abriria de madrugada, e estava tudo um deserto mais cedo. Com aquele frio tremendo acabei nem conseguindo levantar, fiquei aquecido no meu cobertor.


No dia seguinte não tinha mais nada para fazer! Apenas curtir e descansar, afinal estava de férias, em uma cidade que no verão chega a ter dezenas de barcos ancorados por ali, cheio de gente nas casas de veraneio, curtindo as praias da cidade, e no inverno não tinha nada a nao ser o frio. Depois de entediado no hostel, resolvi trocar de albergue, na procura de alguma viva alma para conversar e fazer alguma coisa. Fui para no F&F hostel e a noite me custou $U 300,00. Não tinha quase nenhum hóspede. Era uma casa bem grande, com piscina, lugar bonito, três andares, imaginei ser bem lotado no verão e naquele dia era mais um lugar desabitado. Praticamente uma casa so para mim.


Dei outra volta na cidade e caminhei até o cassino Conrad novamente. O jogo é tão viciante que tentei a sorte de novo! Joguei mais U$17  ou $U 500,00 e perdi tudo de novo. Passei horas por lá, ganhava e perdia. Deu fome e voltei ao shopping da cidade. Aproveitei para ir no cinema por $U 320 assistir Ben-Hur em espanhol. Adorei o filme, ja havia assistido a primeira filmagem de 1959 e agora era a refilmagem com Rodrigo Santoro. O enredo conta a historia de um príncipe que depois de uma confusão acaba virando prisoneiro em um navio, bem bonita a história, que se passa na época de Jesus Cristo. Tomei um Sunday por $U 59, e comi outro Mcdonalds por $U 215,00. Passei em outro cassino dentro do shopping e joguei de novo. Perdi novamente, mais $U 500,00. No fim das contas tomei um prejuízo bem grande. Fica a lição, jogo realmente vicia kkk. Deu pra conhecer, mas chega, nada de mais jogos!

Já era noite, chuviscava, congelava, frio demais... Sem querer saber de cassino, sonhando com minha cama quentinha... quanto mais rápido eu andava pior ficava. Muito frio e molhado. Ao chegar no hostel, talvez por ter só eu hospedado, o recepcionista, que devia ter ido dormir naquele frio, me trancou do lado de fora da casa. Se tinha algum hospede também estava dormindo. De madrugada, porta da entrada trancada. Putz! Fiquei ali no frio, xingando, batendo palma, gritando, apertando a campanhia, batendo na janela e nada de alguém abrir... Já tinha perdido no cassino, estava molhado, só me faltada ficar trancado do lado de fora.

Talvez minha coragem tenha aumentado com o filme, sabe, a gente fica empolgado nesses filmes épicos e depois de assistir Ben-Hur, acabei subindo no muro, andei no telhado, subi na varanda do segundo andar do hostel e entrei na área de lazer, bem no meio do hostel, do lado da piscina. Foi assim cheguei no meu quarto. Me senti como nos filmes do Tom Cruise no Missão Impossível, tendo que subir no andar de cima da casa para descer uma escada por dentro e entrar no meu quarto tão desejado, afinal estava muito frio e ainda garoando. Só me sequei troquei de roupa e entrei debaixo daquele monte de cobertas. Nada de banho.

No dia seguinte cedo fui para rodoviária, comprei passagem $U 282, para Montevidéu, querendo loucamente sair daquele frio. e fui embora! Até a próxima.

Assista meu vídeo por lá: 

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